domingo, 15 de junho de 2008

As diferenças são sutis, mas ficamos por aqui...

Neste blog buscamos estudar os grupos de mulheres, perfis diferentes relacionados com as princesas Disney.

Eram dois os grupos: submissas e independentes.

O grande desafio deste trabalho foi definir esses grupos e sair para o trabalho de campo. Estávamos lidando com algo “desconhecido”, não existe um “sindicato das Belas”, ou um “clube de campo para Cinderelas”.

Em entrevista com o psicólogo Arlindo, percebemos que o caminho que usávamos para definir os grupos estava errado: “os grupos separados por princesas continuam a existir, mas não foram criados pela influência delas - como acreditávamos - foram apenas reforçados por isso”. (post de 11 de maio)

Na enquete feita (pesquisa de campo 1) pudemos analisar melhor princesa por princesa e, analisando cada uma delas, perceber suas distinas característcas e das meninas que a elas se identificam, além de termos uma visão um pouco mais específica sobre determinados aspectos de suas respectivas personalidades.

Na pesquisa de campo 2, levamos as princesas ao shopping para observar seu comportamento e assim, termos uma idéia de como elas realmente se parecem com as princesas escolhidas previamente. Como os grupos não são bem definidos, a analise foi feita individualmente ou em pequenos grupos, como no caso do post "Ariel em dobro", mas de qualquer forma, pudemos ter uma noção maior das atitudes de cada garota e relaciona-las com a personalidade marcante das princesas.

Concluindo, alguns traços das princesas puderam realmente ser observados nas mulheres que participaram da pesquisa. Os grupos inicialmente definidos por nós, como submissas ou independentes, se demonstraram presentes, mas não tão relevantes como pensávamos. A diferença entre as independentes, que pensam no futuro e na carreira, bem como em casamento, e as que colocam o romance em primeiro lugar, cuidando mais da aparência e buscando o ‘príncipe encantado’, é sutil, mas existe. Não temos a pretensão de ter esgotado a discussão da influência da princesas na formação de grupos femininos, mas entendemos que as pesquisas feitas até aqui contribuíram para dar início a esse estudo.



Beatriz Jorge e Nara Luiza do Amaral Dias

Para terminar...

Como a Cinderela, é mais difícil encontrar uma menina que se autoproclame Bela Adormecida ou Branca de Neve, porém elas existem!
No limite de fechar este blog elas vieram bater na minha porta, literalmente! Calma, vou explicar,na verdade elas não vieram em minha procura, mas de minha irmã, a Lívia. Vanessa,13 e Bruna,14, são as amizades que minha irmã fez em nosso bairro. Comecei a reparar como elas se comportavam a partir de um ato que me chamou atenção: as duas ficavam olhando enquanto minha irmã jogava no computador(geralmente minha irmã deixa as amigas jogarem, mas essas duas preferiram ficar só olhando!).Depois percebi outros comportamentos semelhantes: minha irmã decidia tudo o que iam fazer (tudo bem, ela pode ser meio mandaona as vezes, mas quando pedia a opinião das outras elas aceitavam e achavam boas as idéias!), quando ousavam sugerir algo e viam que a idéia não seriam muito bem recebida tratavam de mudar de opinião, ou auto-rebaixavam suas idéias(a gente podia dar uma volta lá fora, se bem que acho melhor ficarmos aqui mesmo, não estou com vontade de andar mesmo...), pareciam ter medo de uma reprovação, por isso deixavam minha irmã com a palavra final(a Lívia depois falou que elas são assim mesmo nas casas delas, e também frequentam minha casa há muito tempo, não é por timidez que não impõe suas idéias).
A que mais se parecia com a Branca de Neve, a Vanessa, tendia a mudar e moldar mais sua opinião de acordo com o que as outras meninas achavam e deixou minha irmã fazer chapinha em seus cachos depois dela dizer e da outra concordar que os cabelos lisos eram mais bonitos e estavam mais na moda. Já a Bruna não concordava com tudo que as outras diziam, se continham idéias muito diferentes das suas, como quando minha irmã disse que não gostava de filmes muito melosos em que os casais são extremamente apaixonados e ficam o filme todo grudados e trocando juras de amor. Ela disse que achava isso lindo e que sonhava com um amor assim, o que me fez lembra da Bela Adormecida que tem um lindo sonho com o principe encantado e depois foi confirmado que ERA a Bela Adormecida quando eu perguntei com qual princesa ela mais se identificava.
As duas são muito românticas, pensam em casar e ter filhos. Mas a "Branca de Neve"diz querer terminar os estudos antes e fazer uma faculdade. Ela quer ser professora de primeira a quarta série, enquanto a outra quer fazer moda ou ser atriz.
As duas disseram que ajudavam em casa nos afazeres domésticos e na cozinha (elas se viraram pra fazer a janta em casa e depois fizeram brigadeiro), Vanessa até foi a primeira a ir embora quando a mãe ligou e pediu que ela voltasse para ajudá-la.
Ambas gostam muito de animais, brincaram muito com minha cachorrinha, Millie, (imagem que me recordou as princesas conversando com os animaizinhos da floresta dos filmes).
Apesar de gostar de se arrumar (as duas ficavam experimentando e trocando de roupa com minha irmã e depois se maquiaram) e falar de assuntos como meninos, elas gostam de brincar ainda (de barbie, esconde...)e são até um pouco molecas.
isso mostra que não há um modelo exato de princesa seguido integralmente, mas sim um conjunto de comportamentos semelhantes que fazem cada menina se enquadrar como um ou outro tipo de princesa, mas elas sempre apresentam alguma característica diferente. Não há um perfil que elas seguem para serem identificadas como certa princesa, mas ações e idéias características suas que a fazem parecer com uma delas.


Carolina Marialva

Uma Pocahontas vai às compras...

Ao passear no shopping, dificilmente a gente anda com um estranho. Mas foi justamente isso que tive que fazer: andar pelos corredores, criar coragem e abordar alguma menina assim, do nada. Com uma simples pergunta, cheguei e falei: "Posso te fazer uma pergunta, sob o risco de parecer completamente louca?" E ela: "Sim, claro." Respirei fundo e emendei: "Qual é a sua princesa Disney favorita?" Claro que ela achou que eu era louca, mas respondeu rindo: "Pocahontas!" Graças a Deus, era justamente o que precisava. Uma menina que se identificasse com a princesa de espírito livre.
Acompanhei essa garota, que se chamava Bruna , de 19 anos. Ela me contou que faz Veterinária na FAJ - Faculdade de Jaguariúna. Perguntei porque ela havia escolhido aquele curso e ela respondeu que foi justamente por amar os animais e querer sempre cuidar de cada um deles. Contou-me histórias engraçadas de quando era menina e levava animais de rua para casa, provocando o estress da mãe.
Até aí, achei incrível o fato dela ser parecida nesse aspecto com a princesa com a que mais se identificara, mas talvez tenha sido justamente por isso que ela tenha escolhido essa princesa, ou então esse curso.
Depois de conversarmos mais um pouco, notei que ela observava vitrines de lojas "não de grife", por assim dizer. Perguntei se ela costumava comprar esses tipos de roupas mais caras e, como ja esperava pelo que pude observar, ela disse que não. "Prefiro roupas simples, casuais, sem marcas de grife para mim. Não ligo a mínima para isso". A frase foi anotada mentalmente por mim, já que novamente a característica marcante da princesa em questão aparecia: a simplicidade e o gosto pelo natural.
Logo depois, notei que ela não comprava nada que via, apenas observava. Perguntei o motivo e ela disse que não tinha ido ao shopping com nenhum compromisso, aquilo era apenas um passeio. Retomei o assunto do futuro, perguntando se realmente ela pretendia trabalhar com os animais, ao passo que ela me respondeu: "Adoraria, é realmente um sonho, mas não tenho certeza absoluta de que é isso mesmo que farei para sempre. Às vezes pode surgir outra coisa, quem sabe?". Seria isso uma forma de não ter planos? Uma forma de ter opções para o futuro, ou apenas medo de se comprometer definitivamente com alguma coisa importante? Além disso, notei essa mesma teoria pessoal quando perguntei sobre relacionamentos. Ela me disse que nunca namorou sério na vida. "Nunca me 'amarrei' a ninguém, mas não sei explicar direito o porquê!" (e deu muitas risadinhas envergonhadas...!)
Encerramos a conversa ali, pois ela tinha que voltar para casa para o aniversário de um parente. Mas, pelo que pude observar em todos os momentos, Bruna realmente se portou como Pocahontas, a princesa com a qual mais se identificou, já que em todos os momentos, procurava liberdade, simplicidade e viver da forma mais natural possível - mesmo que isso signifique não ter muitos planos futuros.

Beatriz Jorge

Um dia Bela!

Saraiva. Esse foi o primeiro destino que "as Belas" escolheram e o que mais as assemelha à princesa, o amor pelos livros. Juliana,18 e Giovanna,19, ambas universitárias, a primeira faz Letras na USP e a segunda História na Unicamp e já avisaram no caminho que precisavam comprar alguns livros. As duas estavam usando roupas simples, normais, de dia-a-dia, só a mochila fora trocada por bolsinhas mais delicadas. Elas raramente se produzem para sair, só em festas e eventos especiais ( o que me lembrou muito a princesa que só troca o vestido com avental do dia-a-dia por um exuberante longo dourado para um jantar e dança com a Fera!). No caminho falamos sobre livros, cinema e música, nossos assuntos preferidos, mas também não deixamos de colocar o papo em dia, já que somos amigas há muito,falando de nossas outras amigas, paqueras, estudos...
Chegando ao shopping fomos direto para a Saraiva, elas nem passaram no banheiro para arrumar o visual. Depois de olhar cada canto da livraria, que não é pequena, as estantes de lançamentos, folhar vários livros, dar uma olhada na seção papelaria, que ambas adoram, ouvir algumas faixas dos CD's disponíveis na área de áudio e até dar uma passadinha na área de revistas (as preferidas delas são Caros Amigos e Carta Capital) elas escolheram o que iam levar (mais do que planejaram no início) e foram pagar com seu próprio dinheiro. Essa "passadinha" durou nada menos que 48 minutos! E podiam ficar mais, só não o fizeram porque suas barrigas já estavam roncando, e confesso que a minha também( mas eu não falei nada para não pressioná-las, já que queria deixa-las livres pra poder analisar melhor as garotas).
Juliana é vegetariana, ela nunca comeu muita carne, mas recentemente aderiu essa linha, por isso escolheu uma massa, já Giovanna come de tudo, mas assume que tem uma queda pelo Mc Donald's.Cada uma pegou a comida que preferia mas foi sentar junto numa mesa para comer. O assunto foi que filme iriamos assistir. Juliana gosta mais de filmes "cults" e franceses, Giovanna prefere uma comédia romântica e filmes de ficção, contos de fadas.Porém, as duas se interessaram por um chamado As Crônicas de Nárnia: príncipe Caspian, segundo filme da série de fantasia baseada nos livros de C.S Lewis que as duas já leram. Apesar de gostar de temas históricos, profundos, que façam pensar, que critiquem, elas não escondem o amor pela fantasia: adoram Harry Potter, Desventuras em Série, O Senhor dos Anéis...
Juliana é bem engajada com o movimento estudantil, com temas sociais, é absolutamente contra o maltrato dos animais, está sempre por sentro dos temas sociais; Giovanna, apesar de menos engajada, também tem muito contato com esses temas, ainda mais por estudar no IFCH( Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp , um dos 'centros' dos mais engajados social e culturalmente).As duas são muito ligadas à família, e respeitam muito seus familiares, as vezes ócorre algumas briguinhas entre Giovanna e seu irmão, mas eles são muito amigos e fazem muito um pelo outro, Juliana também tem um bom relacionamento com o irmão,elas são bem do tipo "família" (outra coisa que me lembrou a Bela, que faz tudo pelo pai e o ajuda em seu trabalho). Preferem um programa mais familiar ou até um bom livro do que uma 'balada'. Giovanna principalmente prefere uma reunião de amigos em casa pra ver filme e comer pipoca a ficar dançando em uma boate, no máximo um barzinho calmo onde possa ficar sentada conversando com os amigos ou num restaurante com a família.Juliana é mais liberal, mas prefere programas mais alternativos. Ela adora, nas tardes livres, ir a um cinema perto de seu apartamento onde mora sozinha em São Paulo(as vezes a mãe vai ficar uns dias com ela) que passa filmes antigos do cinema de vários países. Juliana é muito sossegada, a última viagem que fez foi a um retiro espiritual com a mãe, onde meditou, relaxou e entrou muito em contato com a natureza. ela é uma grande defensora do meio ambiente, quando alguém da nossa turma jogava um papel sequer no chão ela fazia voltar, pegar e jogar no lixo, e se a pessoa não fizesse isso, ela ia lá e fazia.Juliana também é muito independente apesar de ligada à família, já Giovanna começou a ser mais recentemente : está morando em Campinas com mais 3 amigas depois de muito lutar, conversar e insistir com o pai, que não aceitava a idéia inicialmente. Elas mantém uma forte relação de companheirismo, confiança e auxilio mútuo com as amigas, elas ajudam sempre que podem e fazem de tudo pelas amigas( desde festas surpresas até ajudar a amiga com pé quebrado a fazer os afazeres e enfrentar problemas familiares) mas também respeitam as meninas que tem estilo e personalidade diferente.Elas não ligam pra roupas de marca, o que ficou evidente no shopping(voltando ao passeio-análise) em que, depois do almoço tivemos um tempo livre até o filme começar e elas decidiram dar uma volta para ver as vitrines. Não tinham muita paciência para as lojas mais conhecidas, preferiram entrar na C&A e Riachuelo procurar uma calça para a Gi que estava precisando mesmo (elas não compram roupas sem necessidade,por extravagância ou futilidade, só quando realmente gostam de alguma ou encontra uma peça diferente).A Ju tem um estilo que chamam as vezes hippie, as vezes "moda praia", com peças leves, simples e confortáveis, mas delicadas. Depois demos mais uma voltinha no shopping, parando quase que exclusivamente nas papelarias e nas lojas de departamentos como nas Americanas onde vimos Cd's e compramos alguns doces para comer no cinema.
Elas adoraram o filme (adoramos na verdade!) mas disseram preferiro livro, que tem muito mais detalhes. A única coisa do filme que era melhor era o ator que interpretava o príncipe Caspian, porém não só a beleza as chamou atenção, mas seu espírito guerreiro e defensor da justiça e igualdade entre os povos do mundo imaginário do filme.Elas também dizem preferir um cara inteligente e bacana a um belo "espécime"masculino. Para elas a aparência importa pouco (apesar de gostarem de um cara bonito), Ju afirmou que já saiu com vários caras que não eram considerados os mais bonitos nem os mais populares da turma, mas que tinham um bom papo e idéias interessantes, para ela o cara mais feio pode se tornar bonito ao seus olhos se for divertido e companheiro.
No final do passeio elas quiseram, confirmando meus pensamentos, voltar ao lugar de início, ou quase...fomos para uma livraria, outra agora, que abriu rexentemento no shopping, a Livraria Cultura. Como conheciam pouco essa decidiram novamente explorar cada canto e subir em todos os andares (3!), ver os livros diferentes e analisar os preços pra ver se eram mais em conta que os da Saraiva.Ficaram maravilhadas com a livraria, que realmente é muito diferente e bonita na minha opinião. Giovanna não resistiu e comprou mais um livro que ela tinha ficado em dúvida na primeira livraria...ela diz que sua verba para livros é ilimitada, outra coisa que adora são os dvd's de Friends (série norte-americana sobre o dia-a-dia de 6 amigos), ela tem quse todos! Juliana prefere ve-los na TV ou baixar os episódios pela internet já que acha os dvd's muito caros, sua série preferida é Lost e Gilmore Girls.Apesar de independentes elas tem seu lado romântico e feminino, ambas querem conhecer um cara legal, casar e constituir família, mas só depois de se estabeleceram financeiramente e terem uma carreira estável.Elas também pensam em escrever um livro se houver oportunidade e se aprofundarem em sua carreira, fazer pesquisa...mas não dispensam a possibilidade, e até mostram vontade, de lecionar.
Depois de mais 32 minutos (dessa vez foi menos!) decidiram tomar milk shake de ovomaltine, preferido das duas, antes de irmos embora.A proveitei a pausa para questioná-las sobre como reagiriam numa situação de risco, como num assalto, elas disseram que teriam bom-senso e não reagiriam, mas Juliana acrescentou que se tivesse alguma criança por perto ou animal que fosse maltratado ela tomaria uma atitude. Quando não está satisfeita ela vai lá e reclama, sem brigar, conversando civilizadamente. Giovanna é mais recatada e tímida, mas tem um grande senso de justiça,tanto que uma vez chegou a pedir para o professor arrumar(baixar) a nota de uma prova que ele tinha contado um ponto a mais!
Na escola as duas eram muito procuradas por outros colegas, Giovanna fazia enormes resumos coletivos de História(contava tudo exatamente como o professor, suas anotações do caderno eram as maiores!); Juliana tirava as dúvidas de matemática(!) e corrigia os erros de português das redações e textos dos colegas.As duas eram aplicadas e não perdiam aula por nada! Até no final do semestre quando a maioria da classe saia das aula pra conversar fora da sala ou comer na cantina as duas ficavam lá dentro, atentas, prestando atenção em tudo, principalmente a Ju ( mas aceitavam, as vezes, repassar alguns bilhetes no meio da aula ).
As duas atualmente estão solteiras, mas buscam um relacionamento sério e estável, apesar de adimitir que não ia sobrar muito tempo devido à grande exigência da faculdade.Elas afirmam que não iam deixar homem nenhum mandar em suas vidas e que não deixariam de fazer suas atividades nem de sair com os amigos se o namorado mandasse, alias, ordem elas não aceitariam de forma alguma!
já estava ficando tarde e elas tinham que ir embora para aproveitar o resto do final de semana com a família, já que domingo a noite voltariam pra suas casas, uma em São Paulo, outra em campinas, para voltar à rotina agitada da semana, ainda mais nesse final de semestre!As duas voltaram falando dos trabalhos que tinham que fazer, e apesar de cansadas, já iriam começar naquele dia mesmo!Afinal, tem que se esforçar se querem, como a Bela real canta em uma de suas canções "mais que a vida no interior".

Carolina Marialva

E a Mulan?


Bom... Eu passei o dia com uma garota chamada Liane, que acabou de fazer 19 anos e diz gostar muito da Mulan.

Inicialmente nós fomos ao cinema, assistir um filme. Ela disse que assistia de tudo, menos de terror, pois não gostava de sentir medo (porque, para ela, o medo a inibia). Assim que vimos o filme, ela pediu para sairmos do shopping e irmos comer em algum lugar diferente, pois ela não gostava de ficar “presa” em apenas um lugar, que adora sair e quando sai, gosta de ir a vários lugares diferentes.

Ela é descendente de japoneses, e talvez por esse motivo, nós fomos a um restaurante japonês (ficou meio carinho, mas estava delicioso, huahauahuahau). Enquanto comíamos, conversamos sobre várias coisas. Descobri que ela passou por várias dificuldades recentemente, mas que não se recorda delas como um momento de fraqueza, mas sim, como momentos em que ela realmente percebeu o quanto ela precisa ser forte na vida, não só por ela, mas por sua família e amigos também.

Ela me contou que em sua família há algumas pessoas que são um pouco “tradicionais” e que muitas vezes a repreenderam dizendo que “isso uma mulher não deveria fazer” ou “isso é o que toda mulher deve saber fazer”, e comentou “eu não cozinho porque a tradição diz que toda mulher deve saber cozinhar para satisfazer o marido e os filhos. Eu cozinho porque gosto e pronto!”. Assim que comemos, fomos andar por uma avenida movimentada de Jundiaí e depois paramos em uma sorveteria para conversar melhor.

Enquanto tomávamos sorvete, perguntei por que ela gostava da Mulan, e ela me disse o seguinte “eu sei que a Mulan é chinesa e eu japonesa, mas mesmo assim, ela é a única representante oriental que a Disney fez. Sem contar que ela passa por tantas dificuldades durante o desenho, e ela as enfrenta sem hesitar. E eu gosto do jeito espontâneo e extrovertido dela. Ás vezes gostaria de ser um pouco mais forte, como ela foi no desenho... Aaaah! E ela dá um pau nos homens!” (sinceramente, adorei esse ultimo comentário dela, hauahauhaua).

Depois que tomamos o sorvete, ela pegou o carro e fomos dar uma volta de carro por Jundiaí. Enquanto dirigia, sempre que parávamos em algum semáforo e ela via algum garoto “bonitinho”, ela se olhava no retrovisor para se certificar que estava “apresentável” e ainda comentava “nossa! Olha que lindinho aquele menino!” e depois fazia alguma gracinha ou algum comentário para darmos risada. Ela, no final se mostrou uma menina bem vaidosa, mas ao mesmo tempo bem descontraída. No final, fomos até a casa dela e eu vi que seu quarto é cheio de "lembranças" de amigos, bichinhos "fofos" e fotos de familiares.

O dia foi bem divertido e percebi que ela é uma pessoa muito ligada a família e aos amigos. Gosta de estar sempre na companhia de alguém e parece se esforçar em ser alguém forte na vida para enfrentar as dificuldades que ela sabe que apareceram em sua vida. E, apesar dos pesares, prefere sempre mostrar um sorriso no rosto.
Fabiane Zambelli de Pontes

Um pouco de Jasmim


Agora, que tal um pouco de Jasmim para variar?
Estudei o comportamento de 2 "Jasmins" no shopping. Elas haviam saído juntas para comprar um presente de aniversário para uma amiga.
E eu confesso, o mais engraçado é que eu as encontrei por acaso. Esbarrei com elas em diferentes momentos, conversei um pouco e, somente por curiosidade, perguntei se elas haviam assistido algum filme das Princesas Disney e se sim, de qual gostavam mais. Pois bem... As 2 responderam a Jasmim!
Os nomes das "integrantes da dupla" eram; Luiza de 19 anos e Nathália de 18.
A terceira vez que eu as encontrei, foi nas lojas Americanas, na fila para o caixa.

Assim que me responderam, perguntei se elas se importariam se eu as acompanhasse pelo shopping, já que eu estava sozinha. Ambas responderam positivamente, sem hesitar.
Um detalhe interessante deste primeiro encontro foi que as duas discutiam o espaço apertado que as Lojas Americanas do Maxi Shopping de Jundiaí deixavam para a fila. Que elas se sentiam sufocadas e presas ali, que deveria ter um espaço mais aberto, para deixar os compradores mais “livres” e a vontade.
O passeio foi divertido. Elas tinham um bom humor contagiante e adoravam falar sobre viagens que gostariam de fazer pelo mundo. Elas me disseram que ambas, além de estudarem (Luiza faz Engenharia Ambiental na USP e Nathália faz Ciências Sociais na UFSCAR), trabalhavam desde os 15 e 16 anos e que, apesar do cansaço e do pouco tempo que tinham para si mesmas, adoravam a independência financeira que tinham (odiavam depender do dinheiro dos pais).

Percebi que, durante o passeio, elas evitavam entrar em lojas que sabiam que eram caras e pechinchavam o máximo possível na hora de pagar algo. E algo curioso que eu percebi, é que os pais de ambas eram empresários.
Quando perguntei sobre o dinheiro dos pais delas, se as pessoas não as julgavam pelo dinheiro que a família tinha, a Luiza respondeu: “Sempre julgam... Mas ai nós dizemos o seguinte para essas pessoas: Nós duas nos temos orgulho de nossos pais e do trabalho deles. E não do dinheiro que eles conseguiram...”.
Na hora de comprar o presente, elas entraram na loja Indiana que tem no shopping. E quando eu perguntei se elas queriam ajuda para procurar algo para a amiga (se elas já tivessem idéia do que queriam comprar, poderiam me dizer que eu ajudava a procurar). Elas agradeceram, mas disseram que nem elas mesmas sabiam o que iam dar. Que haviam entrado naquela loja porque sabiam que ali havia coisas lindas e diferentes para dar à amiga. E disseram que sempre que vão dar um presente para alguém, elas preferem dar algo totalmente diferente e de “caráter único”, para que sempre se lembrem que aquele presente foi delas, e que presentes, são as únicas compras que elas fazem sem se importarem com o preço, “pois é o valor não financeiro que conta, mesmo que isso doa em nossos bolsos”, brincou a Nathalia.

E somente para não perder o "ar investigativo como integrante deste blog", eu perguntei porque elas gostavam da Jasmim. A Nathalia respondeu que ela era uma princesa diferente, não era "branquinha" como as outras e apesar de ter dinheiro não era fresca. Sem contar que ela andava em um tapete voador com o Aladin (comentário da Luiza sobre esse detalhe: "Ah, perfeito né? Além de poder voar livre por ai, ela voava ao lado de um gato que nem o Aladin! Pena que isso só exista em Contos de Fada, né?"). A Luiza respondeu algo parecido também. Ela disse que gostava da Jasmim porque ela conseguia ficar livre e provar que ela era muito mais do que a "princesa, filha do sultão". Ela mostra que ela també é um ser humano que deseja um amor verdadeiro, a felicidade, a liberdade e a independência.
O dia terminou com a gente tomando um café, de frente para uma grande parede de vidro, observando o céu e com ambas dizendo que se pudessem pedir algo, pediriam asas ou a mesma liberdade que um pássaro tem. (nossa... eu fiquei extremamente surpresa em como essas duas se pareciam, tinham praticamente os mesmos ideais e anseios...).


Fabiane Zambelli de Pontes

Ariel em dobro!

Depois de analisarmos a Ariel no shopping, como será que ela se comporta em grupo? Ou melhor, na presença de outra Ariel?
Já é difícil encontrar alguém que escolhesse esta como a sua princesa favorita, pois uma de suas características é ser diferente (ela é meio peixe!) .
Duas gostavam tanto da Bela (de “A Bela e a Fera”) quanto da pequena sereia, então foram elas que me fizeram companhia ontem.
Vou chamá-las de Maria, de 19 anos, e Bianca, de 17.
Passei com Bianca a tarde, conheço sua casa e como é a rotina lá dentro. Ela tem dois irmãos de 12 anos, gêmeos. Sua relação com eles é a melhor possível. Apesar de briguinhas naturais de irmãos, é perceptível que se amam e gostam de ficar perto uns dos outros.
Já seus pais, são muito gentis, e cuidam muito bem dos filhos. É possível ver alguma semelhança deles com Tritão (pai de Ariel), pois são bem preocupados com seus filhos, que tem que abrir espaço para conseguir alguma liberdade. Bianca só pôde fazer uma conta de Orkut recentemente, e ontem comentava que só agora seus pais a deixam mais solta para sair com os amigos a noite: “também, já tenho quase 18 anos!”, ela disse. Também comentou que por ser mulher, sente que sofre mais cuidados que os irmãos.
Os pais de Bianca têm um mercadinho, onde ela ajudava até recentemente, quando conseguiu trabalho em uma firma em Jundiaí. Diz que o trabalho é fácil, mas qualquer errinho pode acarretar em uma multa alta para a empresa, então deve prestar muita atenção no que faz. Trabalhar fora e estudar a noite, em ano de vestibular, não tem sido uma tarefa fácil, e o cansaço é bem visível no seu rosto. Mas ela explica que guarda o dinheiro para ajudar a pagar a faculdade, caso não consiga passar em uma pública.
Maria cursa o segundo ano de Farmácia na USP, curso integral. Tem um irmão de 22 anos, com quem se dá muito bem, a ponto de sair com ele e os amigos em baladas. Seus pais são mais liberais que os de Bianca, mas Maria tem 19 anos, então é difícil comparar as duas situações precisamente.
No shopping, elas se deram muito bem, não tive problemas para fazê-las conversar. As duas estavam arrumadas, mas nada muito exagerado. Bianca, que passou a tarde comigo antes de ir ao shopping, foi com a roupa que estava mesmo. Maria chegou atrasada, lembrando um pouco a Ariel.
Nós fomos com um grupo grande, ao cinema. O filme escolhido foi uma comédia: “Jogo de amor em Las Vegas”. Depois do filme, demos uma volta no shopping, mas não chegamos a ver nenhuma vitrine, apenas conversamos. Logo elas enjoaram de ficar por lá, Maria sugeriu irmos a uma lanchonete, mas Bianca tinha que voltar para casa, pois já eram mais de 11 horas, e não nos acompanhou.
Na lanchonete, Maria comeu bem, e conversamos até quase 1 e 30, quando voltamos para casa.
Perguntei para Maria se ela queria se casar e ter filhos. Ela repondeu: “casar não. Porque eu acho que não precisa de um papel pra provar alguma coisa. Ter filhos, hoje eu não imagino, mas eu gosto de crianças, então sei lá..”
Bianca achou a pergunta engraçada, pois sabia que eu estudava sua semelhança com uma princesa, e respondeu, brincando (o que lembrou muito o jeito divertido de Ariel): ai meu Deus! (risos) Olha! penso em casar com um príncipe, que não precisa ser necessariamente de olhos azuis e vir de cavalo branco - nem de navio (risos). Mas precisa ter aquele encanto que sempre tem em filmes de princesas da Disney.Quero ter uns dois ou três, que teriam nomes de: Ana Luiza, Luiza, Julia ou Isabella. E menino de...não pensei ainda! (risos)
Maria, quando criança, brincava de Policia e Ladrão, Pega-pega, Esconde-esconde, Pique bandeira e patins, com o irmão mais velho e os amigos de rua. Perguntei se gostava de boneca, e ela disse que as vezes brincava de Barbie. Bianca nunca gostou de brincar de boneca, e sua brincadeira favorita era pular corda.
Numa situação de risco que eu propus casualmente no meio da conversa, Maria agiria deste jeito: “gritaria com certeza.. E se não travasse ia tirar (a criança da situação), sei lá...” O fato é que ela nunca passou por nenhuma situação perigosa, então é difícil imaginar como agiria. Bianca nunca passou por nada assim também. Disse que tentaria ajudar, mas é difícil saber.
A interação delas com o grupo que nos acompanhou ao shopping foi extrovertida e natural. Quase não paravam de falar! As risadas foram constantes perto destas princesas, muito agitadas e “espoletas”.
As duas são independentes e extrovertidas, trabalham e/ou estudam, se dão bem com a família. O casamento não é prioridade em suas vidas, e mesmo que esperem apaixonar-se mais para frente, acreditam que a vida é muito mais do que encontrar o príncipe encantado
.


Nara Luiza do Amaral Dias

Ariel no shopping

Analisando a personalidade da “Ariel” pude notar que adora estar bonita, mas não fica olhando no espelho toda hora para ver se está tudo “no lugar”. Para nosso passeio ao shopping se arrumou uma vez e pronto!

Ela se demonstrou muito autêntica. Parava nas lojas que mais a agradava olhava as vitrines, falava do que gostava, fez até um comentário: “não sei como essa roupa tão feia pode ser tão cara e tantas pessoas terem vontade de comprar”. Contudo era educada e perguntava se eu estava de acordo. Parava nas lojas, porém não ficou dando voltas no shopping, disse que prefere ir quando tem um objetivo e não enrolar muito. Pude notar que seu perfil é de alguém que abusa de muita liberdade. Não compramos nada, mas ela me mostrou várias coisas de que comprou e diz que seus familiares e namorado não gostaram, porém não deixou de adquirir.

Ela disse que estava com fome então fomos comer. Quando percebi que ela queria escolher o que comer, perguntei se havia algum lugar que ela comia sempre. Ela respondeu que não, cada vez que vai a um passeio procura algo diferente, exceto o sundae, que não pode faltar segunda ela.

Já havia analisado seu comportamento em outra ocasião e analisei que ela gosta de incentivar as pessoas a fazer o que deve ser feito. Não tem vergonha diante da sala de aula por exemplo e seu relacionamento - ela namora- é dinâmico. Ela não é romântica ou prática demais, é as duas coisas.
Carol Carvalho

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Cinderela em extinção!!!

O perfil cinderela foi meio difícil de ser encontrado para a pesquisa de campo. Nenhuma menina afirma gostar plenamente da Cinderela, mas se pesquisadas mais minuciosamente, muitas das que disseram não se identificar com a cinderela, possuem personalidades muito parecidas com esta personagem Disney. Nesta pesquisa minuciosa, já citada acima, levei uma "cinderela" ao shopping. Lá passamos a tarde toda, pude analisar como ela se comportava em relação a várias coisas.

A primeira atitude, que pude notar na nossa "cinderela", foi que antes de ir ao shopping ela se arrumou intensamente, penteou o cabelo muitas vezes no caminho. Isso é uma característica forte dela, como ela mesmo me confirmou. Sempre gosta de sair "perfeita".

Durante o nosso passeio no shopping ela parou muitas vezes para olhar as vitrines. Engraçado! A cinderela era bem pobre e não podia se vestir bem, porém quando teve a oportunidade ficou linda, com roupas muito bonitas. Depois desse comentário diria que nossa "cinderela" também gosta muito de se vestir bem. Parava nas vitrines e ficava admirada com as roupas, roupas comportadas comparadas às usadas por meninas da idade dela, 17 anos.

Depois de rodarmos o shopping todo fomos comer. Achei engraçado a indecisão dela. Ficou esperando minha decisão sobre o que comeria, para me acompanhar e comer o mesmo.

Na conversa, após o almoço pude perceber, que ela estava anciosa, parecia se incomodar em ter que passar a tarde comigo que, aliás, reparava em tudo que ela fazia.

Pensei em encerrar nosso passeio, mas insisti e resolvi convidá-la para ir ao cinema. Ela aceitou e escolheu o filme: TrÊs vezes amor.
Uma comédia romântica, na qual um homem em processo de divorcio, começa a contar para a sua filha seus romances e relembrar suas histórias de amor. Ele se apaixonou por três mulheres durante sua vida, diferentes entre si. Vai contando a tragetória de sua vida e a filha se encantando com suas histórias de amor. Durante o filme ela chegou a comentar que sonha encontrar a pessoa certa, e que quer muito se casar.

Saímos do cinema e resolvemos ir embora... O dia pareceu-me muito proveitoso, porém, não consegui saber qual seria sua reação numa situação de risco, se perguntasse a resposta poderia não ser espontânea.

Enfim, apesar de não se auto declarar "Cinderela", ela mostrou-se muito parecida com essa princesa Disney.

Natasha Fernandes